A história dos Correios se confunde com a histórioa do Brasil. A estatal, cuja origem remonta a 1663, foi parte do esforço de integração do território e da construção da cidadania. Ainda hoje, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é a única presença do Estado em pequenos municípios e povoados País à fora.
Grande parte da população, sobretudo a urbana que vive em grandes cidades, conhece a estatal por ser uma gigante da logística. Nenhuma empresa do ramo oferece entregas mais baratas e com uma rapidez maior do que os Correios. Inclusive, é comum encontrar fotografias de ecetistas, como são chamados os trabalhadores da empresa, levando encomendas postadas por empresas privadas de entrega para o destinatário final.
A solidez dos Correios, o empenho dos ecetistas e a confiança da população impediram a privatização dos Correios
Apesar da sua extensa história e dos serviços de excelência prestados pela ECT, a empresa constou desde o primeiro momento do governo Bolsonaro na lista de privatizações de Paulo Guedes. E visando a privatização, a diretoria da empresa trabalhou contra seus funcionários que defendiam a estatal. Foram reajustes abaixo da inflação, cortes no plano de saúde, retirada de direitos e disputadas jurídicas travadas desde 2019 para prepar a empresa para ser vendida.
Ainda assim, os ecetistas não emoreceram. Fizeram paralisações, greves, ocuparam o terminal de cargas do aeroporto de Brasília além de seguirem exigindo seus direitos por todos os meios legais. A favor deles, a população se manifestou em diversas pesquisas, como a realizada pela Revista Fórum em 2020, contra a privatização. Do mesmo modo, foi criada uma Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Correios, com manifestações e trabalhos constantes em defesa da ECT, como por exemplo, na investigação da empresa contratada para preparar a estatal para a privatização.
A luta pela manutenção da ECT como empresa pública segue viva
Como fruto da intensa mobilização nos últimos anos, em 2022 os Correios comemoram 359 anos como empresa e estatal. Porém, o preço da manutenção dessa empresa como patrimônio de todos os brasilerios é a eterna vigilância. Ainda ontem (24), a Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios, Telégrafos e Similares convocou todos os sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios a se engajar no Comitê Nacional em Defesa dos Correios Público, de Qualidade e a Serviço do Povo.
Conforme a nota, o Comitê retomará seus trabalhos no mês de fevereiro e seguirá pressionando os parlamentares para assegurar que a empresa possa completar seus 360 anos servindo à população brasileira e ao Estado ao fim do governo Bolsonaro.
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