Relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, faz apelo a dirigentes e jogadores de futebol para que não apóiem a realização da Copa América no Brasil.
Na abertura da CPI da Covid nesta terça-feira (1), Renan Calheiros afirmou que não se pode contar com o bom senso da Presidência da República. Por isso, clamou a dirigentes e jogadores de futebol para que não apóiem a realização do torneio da Conmebol no Brasil: a Copa América.
Neymar, não concorde com a realização dessa Copa América no Brasil. Não precisamos disputar esse campeonato, precisamos disputar o campeonato da vacinação.
Renan Calheiros
A vinda da Copa América para o Brasil
Em menos de 24 horas, a Copa América que seria realizada na Argentina, será agora no Brasil. De acordo com a ESPN - veículo especializado em Esportes - a "Conmebol agiu rápido e definiu o Brasil como sede da competição" após a a suspensão do torneio na Argentina.
Nesse sentido, o torneio poderá ser realizado no Brasil em meio ao temor da terceira onda de contaminação de Covid-19, bem como sem infraestrutura de saúde adequada para o atendimento dos doentes. Apesar disso, a vinda da Copa América para o Brasil se deu com o aval do presidente do País, Jair Bolsonaro (sem partido).
Reações negativas
À BBC, o médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis ironizou: "Para responder à Pfizer, precisa de vários emails. Para responder à Conmebol, basta um telefonema".
No mesmo sentido, conforme o estudo realizado pelo analista de dados Pedro Barciela, a maior parte das reações nas redes sociais foram negativas. No gráfico abaixo, criado por Barciela, as críticas à realização do torneio no Brasil estão em verde e representam 45% dos usuários. Já em roxo, representando 23,6% estão os perfis oficiais da Conmebol e Jair Bolsonaro. Em laranja, estão as piadas em relação à realização do torneio no Brasil, feitas por usuários de redes sociais de toda a América Latina.
Em outras palavras, além da revolta da população brasileira, há um isolamento internacional, manifesto em nas piadas direcionadas ao Brasil. Ao contrário do vagar com que o governo brasileiro respondeu à compra de vacinas da Pfizer, houve grande rapidez na resposta à Conmebol.