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Confederação Nacional das Indústrias critica elevação da taxa de juros para 10,25%

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A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou posicionamento contrário à última elevação da taxa básica de juros (Selic), determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, nesta quarta-feira (2). A taxa básica de juros passou de 9,25% ao ano para 10,25%.

Robson Braga de Andrade, presidente da entidade, defende que as altas anteriores já haviam estabelecido uma taxa de juros real - ou seja, aquela em que a taxa oficial é combinada junto à inflação, determinando quanto um investimento realmente rende - de 4%, o que seria suficiente para o controle inflacionário.

Para a CNI, neste patamar, a taxa Selic leva a contração da atividade econômica. Para a indústria, sustenta a Confederação, o patamar que não estimularia nem desestimularia o setor produtivo - calculando-se a partir da taxa oficial e a inflação - deveria ser de 3,5%.

“Isso [altas da taxa Selic] inibe a atividade econômica e deve continuar a desacelerar a inflação nos próximos meses”, sustenta Andrade. “Essa intensificação do ritmo de aperto da política monetária aumenta o risco de recessão em 2022, com efeitos negativos sobre a produção, o consumo e o emprego”.

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Apesar da posição da CNI, parte dos economistas entende que a alta de juros no atual cenário econômico brasileiro tem causado um cenário mais negativo. Além do desestímulo ao setor produtivo, as elevações na Selic estariam sendo incapazes de conter a inflação.

Juros elevados tradicionalmente impactam o setor produtivo de duas formas: perdas de investimentos, que passam a ser direcionados ao mercado financeiro, e dificuldades na obtenção de crédito barato.

O encarecimento do crédito e das prestações é um efeito que também deverá ser sentido não só pelas empresas do setor produtivo, mas também pelos consumidores. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o juro médio para pessoa física passará de 110,17% para 113,03% ao ano.

Além disso, a poupança é outra questão que afetará o cidadão. A caderneta se torna uma opção mais rentável apenas quando comparada com investimentos de curto prazo com taxa de administração alta. De acordo com simulações da Anefac, a poupança somente é a melhor opção que aplicações de até um ano em relação a fundos com taxa de 2,5% ao ano ou de até dois anos em fundos com taxa de administração de 3% ao ano.