Mais de 116 milhões de brasileiros viviam em algum grau de insegurança alimentar em 2020, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 (VIGISAN) lançado em dezembro do mesmo ano. O documento mostrou que deste contingente de brasileiros, 43,3 não tinham alimentos suficientes e 19 milhões passavam fome. Desde então, com a volta da inflação que ocasionou a carestia dos alimentos, a situação se agravou.
Frente à calamidade pública, um dos maiores movimentos sociais de luta pela terra do mundo - o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) - organizou novamente uma ação solidária de combate à fome. O “Natal Sem Fome: cultivando a solidariedade", ganhou adesão de outros movimentos sociais e agora, das Centrais Sindicais.
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CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CSP-Conlutas, Intersindical Central da Classe Trabalhadora, Intersindical Instrumento de Luta da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor se uniram à campanha com o objetivo de arrecadar fundos e alimentos. O montante será destinado para a montagem de cestas básicas a serem entregues "à população vulnerável, desempregada e em insegurança alimentar, um contingente que já ultrapassa 125 milhões de brasileiros e brasileiras", ressaltam em nota as entidades sindicais. Além das cestas, parte dos alimentos será preparada em cozinhas comunitárias e entregue em marmitas aos não têm moradia ou acesso ao gás de cozinha.
Segundo as Centrais Sindicais, o envolvimento na ação solidária não se trata de assistencialismo - "mas sim de ação solidária no momento em que falta comida e falta governo ao Brasil". As centrais ressaltam ainda que "além de negar a pandemia, incentivar o uso de tratamentos ineficazes, boicotar o isolamento e a vacina, o governo Bolsonaro, ao acabar com o Programa Bolsa Família e o Auxílio Emergencial, deixou 29,4 milhões de brasileiros pobres sem nenhum apoio".
E relembram que desde o início da pandemia, têm se posicionado publicamente contra a carestia e em favor ds trabalhadores, além de cederem suas estruras para campanhas de arrecadação de alimentos, materiais de limpeza e equipamentos como máscara e álcool em gel.
