Em vídeo que circula nas redes sociais com o logotipo da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-fugitivo, atual investigado no inquérito dos atos antidemocráticos e autointitulado líder dos caminhoneiros Zé Trovão convocou os caminhoneiros do País para que façam uma paralisação contra o preço do diesel, da gasolina e do etanol.
Nas imagens, Zé Trovão afirma que a Petrobras quer dar um golpe em Bolsonaro, ignorando que o presidente da República é quem indica o presidente da estatal e mais da metade do conselho de administração da empresa, que vota os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis. “Bolsonaro está fazendo tudo que pode para conseguir viabilizar o transporte brasileiro e a Petrobras”, afirma em vídeo o personagem.
Além da diminuição do preço do diesel, um dos principais gastos de quem faz frete, Zé Trovão busca intervir em outros preços: para a gasolina e o etanol o manifestante pede uma redução de 15% e para o diesel de 25%.
Assista:
Quem são os caminhoneiros protestando contra a Petrobras?
A categoria que Zé Trovão garante representar é cada vez menor no Brasil. Conforme dados da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), em 2017 o Brasil possuia 919 mil caminhoneiros autônomos, em 2021, apenas 696 mil motoristas autônomos. Grande parte dos profissionais vendeu seu caminhão e passou a trabalhar para transportadoras por causa do alto preço dos combustíveis e do aumento do custo do trabalho.
Esse é apenas mais um dos indícios de que, ao contrário de representar trabalhadores, Zé Trovão representa os grandes empresários e produtores rurais. O agronegócio, grande sustentáculo de Bolsonaro, vem tendo um forte crescimento no setor de transportes no País, como mostra reportagem de 2019 do Globo Rural e o otimismo de executivos do ramo da produção de caminhões, expresso na reportagem do Diário do Grande ABC.
