Em 30 de outubro de 1985, os bancários da Caixa fizeram uma greve e, com isso, conseguiram uma série de conquistas: jornada de seis horas e direito à sindicalização.
Certas greves entram para a história por conta da época e das conquistas que obtiveram. Esse é o caso da greve dos bancários da Caixa, em 1985. Foi por meio dela que os bancários conseguiram o direito à sindicalização e a jornada de seis horas, benefícios que existem até hoje.

Foi a primeira greve nacional dos empregados da Caixa e a paralisação durou apenas 24 horas. Porém, a paralisação teve uma imensa adesão que envolveu quase 100% das agências do Banco Público mesmo durante a ditadura militar.
Essa paralisação no dia 30 de outubro não só garantiu os direitos citados anteriormente, mas também uniu os empregados da Caixa e fortaleceu associações e sindicatos. Assim, criou no pessoal do Banco um sentimento de que para transformar as coisas, a união é fundamental.
As conquistas da greve
A paralisação também garantiu aos empregados o status de “bancários”, que era negado a eles por serem do quadro de uma empresa pública.
Sérgio Takemoto, hoje presidente da Fenae, foi um dos participantes do movimento. “Sem dúvida a greve das seis horas é um marco para todos os trabalhadores da Caixa. Mostrou a força dos empregados. Unidos, nós conseguimos avançar na conquista dos direitos e na defesa da Caixa 100% pública”.
Jair Ferreira, diretor de Formação da Fenae, também foi um grevista de 1985: “Esse período foi um divisor de águas que envolveu associações, federações, sindicatos”. Ele também relembra que essa história já foi contada por seus protagonistas: “Fizemos o livro Tijolo por Tijolo, para lembrar essa história para os jovens. Precisamos falar sempre dessa história e fazer isso constantemente”.
Juntamente com o livro, há também uma produção cinematográfica que retrata o movimento. A diretora Maria Augusta Ramos filmou o documentário “Não toque em meu companheiro”, que retratou o pós-greve e as dificuldades que alguns dos grevistas sofreram.