Pular para o conteúdo principal

Brasil anuncia "nova" meta climática na COP 26

Imagem
Arquivo de Imagem
conferencia do clima

O Brasil anunciou hoje (1º), durante a Conferência Mundial do Clima (COP 26), uma nova meta climática para 2030. Conforme explica o Observatório do Clima, a nova meta proposta pelo ministro do Meio Ambiente do Brasil, Joaquim Leite, reduz a previsão de emissão de gases do efeito estufa para a próxima década. Mesmo assim, a imagem do Brasil segue ruim perante os outros países.

A redução da emissão dos gases do efeito estufa, que são principalmente os subprodutos da queima de combustíveis fósseis como petróleo e carvão, será de 50% em relação ao ano base de 2005. Até agora, a meta era reduzir 43%. Contudo, como esclarece o Observatório do Clima, essa meta é apenas uma reedição do que foi proposto por Dilma Rousseff há seis anos durante do Acordo de Paris, e não uma real redução.

Brasil falha em aumentar ambição climática

Ao contrário dos outros países, que estão aproveitando a COP 26 para fortalecer compromissos de redução de emissão dos gases do efeito estufa, o Brasil reedita um compromisso anterior com "verniz" de novidade. "Jair Bolsonaro no máximo regride a 2015 e mostra que se importa com o futuro do planeta tanto quanto com as vítimas da Covid-19", critica o Observatório do Clima em nota.

LEIA TAMBÉM:
- No dia em que o mundo entrou em alerta pela mudança climática, Bolsonaro incentivou o uso de carvão
- Relatório oferece soluções para municípios contribuírem com a desaceleração da mudança climática
- Cientistas alertam que zerar emissões de gases de efeito estufa até 2050 é “tarde demais” para evitar desastre climático

A redução da emissão de gases do efeito estufa, perseguida pela maioria dos países, é necessária para que a Terra tenha um aumento de temperatura de "apenas" 1,5ºC. Com esse valor, os efeitos da mudança climática serão menos catastróficos para a vida no planeta, conforme afirmou o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apresentado ao mundo em agosto deste ano.

"Depois de quase um ano expondo o Brasil ao escárnio diante do mundo e sendo processado na Justiça por violar o Acordo de Paris, o governo enfim aprendeu a fazer uma conta matemática simples que empata nossas metas com as do passado, que já eram muito insuficientes. É uma irresponsabilidade com o planeta e com o futuro dos brasileiros", disse Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

A proposta do governo Bolsonaro é frágil

Além de não trazer novidades em relação ao esforço mundial de redução de emissão de poluentes, o ministro Joaquim Leite não explicou qual será a base de cálculo utilizada para diminuir a "pedalada de carbono".

Ainda assim, a nova disposição do governo brasileiro, se realmente implementada, pode diminuir pela metade a quantidade de poluentes autorizados pelo próprio presidente Bolsonaro em 2020. Dessa forma, as emissões do País podem ser equivalentes à emissão do Iraque, 218 milhões de toneladas por ano. Uma redução muito pequena em relação à capacidade do Brasil, segundo especialistas.