Pular para o conteúdo principal

Banqueiros acreditam que salário dos empregados já é suficiente

Imagem
Arquivo de Imagem
adoecimento mental dos bancários

O setor mais lucrativo do Brasil - o de bancos - acredita que seus trabalhadores ganham o suficiente. Essa é a conclusão do Comando Nacional dos Bancários, entidade que representa os empregados de bancos de todo o país na negociação do acordo coletivo da categoria com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Somente no primeiro trimestre de 2022, os cinco maiores bancos do País - Itaú/Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa e Santander - tiveram um aumento de 15,4% em seus lucros. Já a situação dos bancários não é das melhores. Em relação aos diretores dos bancos - cuja remuneração per capita prevista para este ano é de R$ 8,9 milhões - os escriturários têm um salário 132 vezes menor, segundo as contas do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região. A conta inclui benefícios como o 13º salário, férias, tickets e PLR.

Dados da Consultoria Economática mostram que apenas com o valor obtido com as tarifas bancárias, os cinco maiores bancos arrecadaram o suficiente para cobrir 138% do total de despesas de pessoal em 2021.

Leia também:
- Presidente do Ibama ignora parecer de técnicos e autoriza construção de estrada na Amazônia
- Golpe no WhatsApp: Confira 15 dicas para se prevenir

Bancários reivindicam aumento de salário

“A campanha não termina enquanto resolvermos o reajuste dos trabalhadores, isso inclui salário, reajuste de VA e VR e PLR", afirma Ivone Silva, presidenta do sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional. Em consulta  realizada com os bancários de todo o país, 92% destacam o aumento real como prioridade; 61% querem reajuste diferenciado no VA e VR e 58% o aumento da PLR.

O Comando dos Bancários reivindica reposição salarial e nas demais verbas:

  • Inflação do período entre 31 de agosto de 2021 e 1º de setembro de 2022 (INPC) mais 5% de aumento real;
  • Aumento maior para o VR e VA;
  • Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste.

Indiguinada com a lucratividade cada vez maior dessas empresas, Ivone Silva critica: "Os bancos enriquecem a cada mês, cobrando taxas de juros absurdas dos clientes. Nos últimos 12 meses, o rotativo do cartão de crédito subiu 56%; o crédito pessoal não consignado subiu 43% e o cheque especial 26%. As taxas de juros dessas linhas são de 355% ao ano, 83% ao ano e 133% ao ano, respectivamente".

Na ponta oposta, ela fala sobre os efeitos nefastos do funcionamento do ramo financeiro na economia do País: "O resultado é um aumento no endividamento das famílias, que chegou a 52,6% da renda acumulada em 12 meses e o comprometimento mensal da renda com o serviço da dívida com o setor financeiro chegou a 28% da renda das famílias”.

  Uma nova reunião está marcada com os bancos para a próxima quinta-feira (11).