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Banespa: 20 anos depois e a luta continua; agora para os aposentados

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Já fez vinte anos que o governo de Fernando Henrique Cardoso vendeu o Banco do Estado de São Paulo (Banespa) em leilão na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O Santander foi quem comprou o Banco Público por pouco mais de R$ 7 bilhões no dia 20 de novembro de 2000.

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Assim como está acontecendo com a Caixa nos dias atuais, o Banespa passou por um processo de enxugamento dos postos de trabalho antes de sua venda. Entre 1992 e 1999, mais de 17 mil empregos foram cortados.

Maria Auxiliadora Alves da Silva, na época gerente de departamento do Banco, lembra como a organização dos trabalhadores foi fundamental nesse processo de privatização.

“Ficamos seis anos brigando com o Banco sob intervenção do Governo Federal. Fizemos um movimento muito grande nas agências de todas as cidades do estado”, conta.

No entanto, Maria Auxiliadora destaca que o foco principal era garantir os empregos para que as pessoas chegassem à aposentadoria e também mantivessem o plano de saúde.

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Previdência dos empregados do Banespa

Após a venda do Banco, cerca de 8,3 mil funcionários aderiram em 2001 ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) proposto pela nova diretoria.

De acordo com Antônio Bráulio de Carvalho, presidente da Associação Nacional de Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde (Anapar), os empregados e aposentados do Banespa conseguiram manter os direitos assegurados no plano de benefícios.

Atualmente diretora administrativa eleita do Banesprev, Maria Auxiliadora diz que não foi fácil manter o plano de previdência. De acordo com ela, o Banco fazia pressão para que os empregados aderissem ao novo plano que tirava os direitos dos trabalhadores.

“O Santander tentou acabar com a estabilidade para a aposentadoria e muita gente estava bem próxima de se aposentar. No fim, o Banco acabou tendo que fazer muitas adequações porque eles não conseguiram impor o que queriam”, explica.

Dias atuais

Mas o Banco está querendo mudar o plano dos aposentados. Auxiliadora explica que estão criando na Banesprev um plano de contribuição definida – que é “muito pior” do que existe hoje – e estão pressionando para que os aposentados façam a migração.

“Os benefícios vão depender da evolução do dinheiro. É quase como assinar um cheque em branco. Eles querem mexer nos direitos dos aposentados. Mudando o plano de contribuição acaba mudando também o plano de saúde”, diz.

Em artigo, o presidente da Anapar alerta que é necessário entender e acompanhar a dinâmica dos processos de privatização. “As consequências sempre recairão sobre os trabalhadores”, ressalta.