O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (5) que “não dá para continuar muito” com o auxílio emergencial de R$ 600, valor conquistado pela oposição, já que originalmente o Planalto defendia o valor de R$ 200.
“Não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bi”, disse ele em resposta ao agradecimento de um apoiador no Palácio da Alvorada.
Dias antes, Bolsonaro já havia manifestado uma posição crítica à ideia de tornar permanente o auxílio ao menos durante a duração da crise provocada pela pandemia.
“Alguns estão defendendo o auxílio indefinido. Vão arrebentar a economia do país”, vocalizou Bolsonaro, no domingo (2).
Apesar destas manifestações, a equipe econômica do governo estuda a viabilidade de continuar o pagamento do auxílio até dezembro, estimando que o gasto total desde o início até o final do ano com a ação seria de R$ 450 bilhões.
Paulo Guedes, ministro da economia, defende a hipótese de extensão do prazo, mas com uma redução dos atuais R$ 600 para R$ 200, valor defendido pelo Executivo no início da pandemia.
Legalmente, o auxílio emergencial pode ser estendido sem autorização do Congresso, desde que mantendo o valor atual da parcela. Caso o Planalto opte pela redução, deve alterar as regras junto ao Congresso – onde pode ser derrotado.
Do outro lado da posição de Guedes, há também pressões políticas em relação à manutenção do auxílio emergencial, dada a alta aprovação que a iniciativa tem junto à população, ainda que o valor atual tenha sido uma imposição do Congresso ao Governo.