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Assédio, violência doméstica e feminicídio: mulheres não se sentem protegidas em nenhum lugar, aponta pesquisa

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Nem a própria casa é um local seguro para 8 em cada 10 mulheres brasileiras. É o que mostra a pesquisa Mulheres, Preconceito e Violência realizada pelo IPESPE a pedido do Observatório da Febraban.

Outros dados aterrorizantes se somam ao levantamento, como por exemplo, o fato de que mais da metade das brasileiras viu ou soube que mulheres próximas foram vítimas de situações de violência verbal, física ou sexual. A quantidade é semelhante a de mulheres que foi alvo ou presenciou preconceito ou discriminação por causa do seu gênero.

“Se esse quadro, por si só, já evidencia a situação de vulnerabilidade a que as mulheres estão expostas, ele se agrava quando metade declara que as vítimas não procuram ajuda ou não denunciam. E isso acontece em função do medo, principalmente de represália ou perseguição, e também de serem desacreditadas”, chama atenção o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe.

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Além da falta de segurança na própria casa, as mulheres ainda têm que conviver com medo de pessoas da família e de companheiros e ex-companheiros. Sete em cada 10 mulheres apontaram que situações de assédio, ameaça e violência são perpetradas por pessoas conhecidas, tendo os atuais ou antigos cônjuges, companheiros e namorados como principais algozes.

O trabalho, onde grande parte dos adultos passa a maior parte do seu dia, também é parte do problema. Cerca de 4 em cada 10 mulheres sofreram ou conhecem outra mulher que sofreu algum tipo de assédio moral em seu emprego ou local de trabalho. Um pecentual bem próximo ao número de mulheres que sofreu ou conhece outra mulher que sofreu assédio sexual durante sua jornada laboral.

Machismo e impunidade são apontados como principais causas do assédio e de outras violências

Na percepção das mulheres que responderam à pesquisa, a principal causa das violências direcionadas a elas ou a outras mulheres é o machismo, indicado por 31% delas. Contudo, ainda há outras motivações identificadas: a impunidade (20%), o ciúme (19%), o sentimento de posse em relação às mulheres (10%), a não aceitação do fim de um relacionamento (7%) e a restrição à independência profissional, econômica, social ou intelectual da mulher, manifestação de desprezo pela mulher (4%).

Os principais agressores, segundo as mulheres, são atuais cônjuges, companheiros e namorados (77%); ex-cônjuges, ex-companheiros e ex-namorados (36%), chefes/colegas de trabalho (17%); vizinhos (16%); padrasto/madrasta (12%); pai/mãe (9%), irmão/irmã (6%) e filho/enteado (6%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 19 de fevereiro a 2 de março com 3 mil mulheres nas cinco regiões do País. A íntegra do décimo levantamento pode ser acessada neste link.