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Apagão no Amapá: Não basta barrar a privatização, é preciso revertê-la

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Para representantes de entidades de trabalhadores, o apagão que assola o estado do Amapá demonstra que não basta apenas barrar a privatização dos ativos da Eletrobras.

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“Não é só combater a privatização [do que restou], é defender a reestatização”, resumiu Paulo de Tarso, presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), durante um debate virtual na última quinta-feira (19).

Jedilson Santa Bárbara de Oliveira, presidente do Sindicato dos Ubanitários do Amapá (STIU-AP),  reforçou o entendimento de que a empresa privada responsável pela transmissão através da subestação que apresentou problemas é responsável pelo caos, juntamente com as autoridades públicas.

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“Nós estamos vivendo um grande caos. O apagão se deu por responsabilidade da Isolux. Essa empresa está envolvida em processos de recuperação judicial. Os agentes com competência de controle e fiscalização devem ser responsabilizados. Uma empresa sem capacidade técnica de efetuar manutenção preventiva”, apontou Oliveira.

Denise Mota Dau, integrante da Internacional do Serviço Público, apontou que diversos países têm reestatizado não só a energia elétrica, mas outros serviços públicos. Se a Europa concentra a maior parte dessas experiências, em relação à luz, nenhum integrante dos Brics, com exceção do Brasil, pensa em entregar o setor à iniciativa privada.

“É importante a população compreender por que falamos que privatizar é ruim, e por que tantos países estão reestatizando serviços”, afirmou. De acordo com Dau, mesmo com as multas indenizatórias pela reestatização, a população rejeita a “falta de transparência, de controle social e de fiscalização de metas” vigentes em serviços privatizados, que não informam a população de forma clara os custos, tampouco as prioridades na expansão dos serviços.

Paulo de Tarso lembrou que desde a década de 1940 o setor privado não apresenta interesse em investimentos de longo prazo na infraestrutura de energia nacional.

“Quem assume um serviço essencial tem que ter manutenção em dia. Mais uma vez foi chamado o setor público. O Estado deve estar à frente, não pode deixar à mercê da busca de lucro. O setor privado quer pegar o que já está pronto para ganhar dinheiro”, criticou.