O ano de 2019 foi péssimo para o comércio exterior brasileiro; com o acordo comercial assinado ontem (15) por Estados Unidos e China, existe o temor pela piora.
Imagem: ruperto millerEm 2019 houve uma retração de 20% no comércio exterior brasileiro. Se em 2018 o superávit foi chegou a US$ 58 bilhões, em 2019 chegou apenas a US$ 46 bilhões. Além da queda nas exportações, houve queda nas importações também, o que significa uma quebra no volume de negócios.
Da guerra ao acordo comercial
Entre 2018 e 2019, muita tensão ocorreu entre as duas maiores potências econômicas do mundo. China e EUA travaram batalhas que assustaram o mundo todo, seja na arena da tecnologia, com o 5G, seja no mercado financeiro.
Porém, é possível que esse capítulo da história tenha tido um fim. Ontem (15), China e EUA assinaram um acordo comercial. Para que essa paz fosse selada, a China prometeu comprar pelo menos US$ 200 bilhões de produtos dos EUA até 2022. Isso deverá ser usado para reduzir, ao menos um pouco, o déficit da balança comercial dos EUA, que chegou a US$ 420 bilhões no ano de 2018.
Segundo Trump, essa é uma primeira etapa de um acordo cujo intuito é progressivamente acabar com as barreiras comerciais entre os gigantes.
Possíveis prejuízos para o Brasil
A desaceleração da economia mundial, que recebeu o nome de “japonização”, não mudará de uma hora para a outra, mesmo com o acordo. O nível de incerteza internacional, junto a instabilidade política do Brasil e a queda na taxa de juros pode afastar investimentos no País.
Porém, uma das cláusulas mais preocupantes do acordo entre China e EUA é a que obriga a China a comprar US$ 12,5 bilhões em commodities agrícolas no primeiro ano e US$ 19,5 bilhões no segundo ano.
Fonte:Ministério daEconomia Indústria, Comércio Exterior e ServiçosA China foi o principal parceiro comercial do Brasil em 2019. Só até novembro do ano passado, o Brasil exportou US$ 57,6 bilhões para a China. Quase metade desse valor advém da venda de produtos agropecuários. Produtos que os EUA também produzem e, agora, tem prioridade.
Fonte:Ministério daEconomia Indústria, Comércio Exterior e Serviços