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Acionistas no lucro: Distribuição de dividendos da Petrobras é indecente, critica FUP

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petrobras - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Petrobras anunciou recentemente lucro líquido de R$ 106,669 bilhões em 2021. Trata-se do recorde da empresa - e o equivalente a 15 vezes o obtido em 2020. Com os resultados do quarto trimestre do ano passado, a estatal decidiu distribuir dividendos na ordem de R$ 37,3 bilhões, o que deve ocorrer em maio de 2022.

No total, os acionistas da petrolífera receberão R$ 101,4 bilhões em dividendos pelo ano de 2021. Um terço deste valor será da União, acionista majoritária. O restante será divido entre acionistas privados. O recorde tem relação direta com a política de paridade de preço de importação (PPI) e com a alta do barril do petróleo no mercado internacional.

Para a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a situação - e o volume de dinheiro a ser repassado aos acionistas - é "indecente".

"Significa a maior transferência de renda da história já vista no Brasil, promovida pela gestão da Petrobras. Os gigantescos lucro e pagamento de dividendos obtidos no ano passado são oriundos de aumento de preço de combustíveis no mercado interno e da venda de ativos. Isso representa transferência de riqueza dos 210 milhões de brasileiros para alguns milhares de acionista. É indecente", defende Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

Bacelar sustenta que o lucro recorde da Petrobras, enquanto o consumidor é penalizado pela inflação dos combustíveis, prova que a política de preços da companhia deve ser revisada: “Graças ao PPI, os preços dos derivados de petróleo subiram quase 70% no ano passado, puxando para cima as receitas da Petrobrás, de mais de R$ 452 bilhões. Um boom de receita calcado no PPI, ou seja, no bolso da população brasileira”.

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